Em uma medida que promete revolucionar a segurança das transações financeiras no Brasil, o Banco Central (BC) implementou, a partir do dia 23 de novembro, a versão 2.0 do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do PIX. O novo recurso permite o rastreamento ampliado de valores envolvidos em fraudes, golpes ou situações de coerção, monitorando o fluxo completo do dinheiro por múltiplas contas bancárias.
Embora não se aplique a todas as transações cotidianas, o sistema representa um avanço significativo na transparência e na recuperação de recursos desviados, respondendo ao aumento alarmante de prejuízos com crimes digitais.O Que Muda com o MED 2.0?Lançado em 2021 como uma ferramenta inicial para devoluções, o MED original limitava o bloqueio de valores apenas à conta recebedora inicial da transação fraudulenta. O problema? Golpistas costumam transferir o dinheiro rapidamente para contas intermediárias, pulverizando os recursos e tornando a recuperação quase impossível. Com o MED 2.0, as instituições financeiras agora compartilham informações em tempo real, permitindo mapear toda a “cadeia de transações” – ou seja, seguir o rastro do dinheiro mesmo após ele sair da conta original.
“A automação representa um avanço significativo, facilitando o monitoramento de recursos frequentemente divididos em várias contas para dificultar o rastreamento”, explica o Banco Central em comunicado oficial. O compartilhamento instantâneo de dados entre bancos e fintechs deve agilizar o processo, com devoluções possíveis em até 11 dias após a contestação da vítima.
A adoção do novo mecanismo é facultativa até 2 de fevereiro de 2026, quando se tornará obrigatória para todos os participantes do sistema PIX.

